sexta-feira, 24 de julho de 2009

Poesia Lusitana

Esta semana coloco um poema de um dos mais fantástico e mais perturbados escritores portugueses.

O meu "conterrâneo" CAMILO CASTELO BRANCO !


" Alma atribulada "

O' alma atribulada, corta o laço
da torva angústia que te cinge à vida!
Vai, foge para Deus, ou para o espaço...
Ou nada ou Deus, que importa? eis-te remida.

Não tiveste na vida um dia escasso
de paz e de alegria! Escurecida
te foi sempre a existência, desvalida,
e cortada de abismos, passo a passo.
Vai! Não leves saudades do que deixas.

Se a fé em melhor mundo te preluz,
alma gemente, por que assim te queixas?
Desprende-te, a sorrir, da horrenda cruz
m que tanto penaste! Os olhos fechas?
Abre os d'alma, e verás que infinda luz.

2 comentários:

Letra pequena disse...

Venho aqui deixar um agradecimento pela visita ao blogue Letra pequena online. Gostei de passar por este espaço. Muito provalmente voltarei.

Rita Pimenta

Graça disse...

Não conhecia nenhum poema de Camilo... Interessante...