sábado, 27 de junho de 2009

Poesia Lusitana !

Não poderia deixar de falar nos heteronimos de Pessoa, e no seguimento do alfabeto, encontro uma das suas geniais personagens .É extremamente complicado escolher apenas um poema deste génio, do maior profeta da lingua portuguesa. Sendo assim deixarei dois poemas deste mestre !

ALBERTO CAEIRO – O MESTRE INGÉNUO

Sou um guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...”

Alberto Caeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

É talvez o último dia da minha vida.


É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o Sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.

"Alberto Caeiro"


não podia deixar de colocar o meu poema favorito..
S.